Tele TUDO, o que muda daqui pra frente?

Esse texto é propositalmente provocativo. Quero especular um pouco sobre o mundo novo depois do coronavirus, seja lá quando esse momento chegar.

Será que vamos entrar direto no mundo 5.0? Já que o mundo 4.0 passou de passagem e viabilizou em 3 meses tudo que estava previsto acontecer em um movimento “acelerado” nos próximos 5 anos.

TeleTrabalho, TeleMedicina, TeleEducação, TeleVotações e muitas outras teleAlgumaCoisa aconteceram atropelando práticas, preconceitos, Conselhos, Governos, medos, inseguranças, acomodações e outros comportamentos.

Hoje vou provocar e explorar apenas um ponto: o impacto nas cidades, envolvendo mobilidade, habitação, comercio, transporte individual e coletivo.

Se um grande contingente de pessoas passa a não se deslocar para trabalhar, estudar comprar ou se consultar, o que acontece com o transito? E com as salas alugadas por empresas no centro? E com a opção de carros individuais (inclusive os elétricos)? E com as lojas? E com os colégios e salas de aulas?

Todos que estão compulsoriamente em quarentena em casa, estão percebendo que gastar duas horas (mínimo) para ir e voltar para o trabalho ou para o colégio/faculdade é um desperdício completo! O tempo economizado pode ser dedicado também ao estudo ou trabalho gerando ganhos de produtividade ou pode ser usado para atividades para as quais “não tenho tempo”, como laser ou filhos, por exemplo.   

Mas  essa pode ser uma grande oportunidade. Milhares de espaços ociosos nos centros das cidades não podem ser usados para equacionar o problema habitacional e ao mesmo tempo resolver o problema do abandono dos centros nos finais de semana? Uso de bicicletas, patinetes, metrô e sem circulação de carros não melhoram em muito os índices de poluição? Relacionamento com órgãos governamentais nos três níveis, e incluindo cartórios, não podem ser feitos permanentemente via online?

Enfim, o vírus e a Tecnologia, em uma aliança inesperada e surpreendente, viabilizaram mudanças que apenas podiam ser sonhadas para 5 a 10 anos.

Vamos aproveitar?

Por hoje fico por aqui.   Depois vamos falar de economia, política, saúde, segurança, educação…

Paulo Milet